Ou tudo, ou nada

"Parece besteira, drama, exagero. Talvez neste ponto eu consiga enxergar o porque de sempre me acharem over demais. Mas eu não tinha habilidade para me controlar, não sabia fazer pouco, sempre fazia demais.
Era sempre igual. Sempre a insatisfação, sempre a espera, sempre a preguiça, sempre o ócio, sempre o medo, sempre a mutilação, sempre a solidão e sempre as vozes. Sempre os excessos. Sempre me perdia em caminhos desconhecidos procurando razões, razões demais. Sempre esperava que algo me salvasse de mim mesma, esperava demais. Sempre me entregava à paralisia e à letargia, me entregava demais. Sempre deixava de falar ou de fazer, calada pelas expectativas medrosas, medrosas demais. Sempre me culpava pelos erros do mundo, me punia demais. Sempre vagava em multidões, olhando sem ver, me sentindo sozinha, sozinha demais. Sempre ouvia os sussurros berrantes das vozes na minha cabeça, prestava atenção demais. Sempre me julgavam excessiva, e eu tentava me provar demais. Sempre demais. Mas eu só estava sendo eu mesma, e este só não é nenhum excesso. Este só não é demais."

Mayra Dias Gomes - Fugalaça

2 comentários:

Trashy Fame disse...

oiie *-* amamos seu blog e estamos seguindo
se der passa la no nosso tbm: www.thetrashyfame.blogspot.com
bjs, Trashy Fame

Beke de Sá disse...

Brigada meninas *--*